Fertilização In Vitro
A concepção normal é um processo complexo que envolve inúmeros passos como uma perfeita coordenação entre hipotálamo, hipófise e ovário para o desenvolvimento de um gameta maduro, endométrio preparado, ovulação, fertilização desse óvulo pelo espermatozoide, desenvolvimento do embrião e sua fixação no útero. A falha em algum desses eventos reduz a chance de gestação, levando a infertilidade clínica.
As técnicas de Reprodução Assistida tiveram um avanço muito grande nos últimos anos, corrigindo muitas dessas alterações e oferecendo ao casal maiores oportunidades de engravidar.
A fertilização in vitro foi desenvolvida inicialmente para os casos de mulheres com lesões irreversíveis nas trompas, e com o tempo, as indicações aumentaram muito e colaboraram para que pacientes que até então não poderiam gestar tivessem seus filhos. As indicações para a Reprodução Assistida de Alta Complexidade são as patologias tubárias, endometriose, alterações seminais, distúrbios ovulatórios, doenças genéticas, alterações imunológicas, anomalias uterinas, falhas de inseminação intrauterina e infertilidade sem causa aparente.
A estimulação ovariana é feita preferencialmente com medicações injetáveis, visando a obtenção de maior número de óvulos, e com isso, mais embriões de boa qualidade e taxas de gravidez superiores. A monitorização do desenvolvimento dos folículos é feita por ultrassom transvaginal e dosagens do hormônio estradiol. Quando esses folículos atingem mais de 18 mm de diâmetro médio, programa-se a sua retirada, procedimento feito ambulatorialmente e sob sedação leve. Os óvulos obtidos são enviados ao laboratório para preparação e posterior injeção dos espermatozoides.
A micromanipulação de gametas e embriões deve ser feita num espaço físico adequado, com controle de temperatura, qualidade do ar e equipamentos modernos e bem regulados. Além disso, o diagnóstico genético pré-implantacional, as técnicas de criopreservação, o uso de meios de cultivo celular cada vez mais sofisticados tem contribuído muito no aumento das taxas de gravidez.
A transferência embrionária é uma das etapas mais importantes e deve ser feita cuidadosamente, com boa preparação na escolha do cateter, condições do endométrio, data a realizar o procedimento e com o suporte da fase lútea adequado. Esse suporte consiste na administração de medicações hormonais de estrogênio e progesterona, as quais são fundamentais para a evolução e manutenção da gravidez.
Diante de tantos desenvolvimentos, todos os profissionais envolvidos nesse tipo de tratamento precisam estar conscientes das implicações éticas e legais, agindo sempre de maneira correta, pois assim todos os casais serão beneficiados com a gravidez tão desejada.