Reserva Ovariana
A avaliação da função ovulatória faz parte da etapa inicial de diagnóstico de todo casal infértil. As disfunções ovulatórias representam cerca de 20% das causas da infertilidade e 40% das causas de infertilidade feminina. As alterações que ocorrem na ovulação podem ser por dificuldade de ovular como é o caso da Síndrome dos Ovários Policísticos ou porque a reserva ovariana está diminuída.
A avaliação da reserva ovariana está indicada nas mulheres com mais de 35 anos ou naquelas em que haja suspeita de baixa reserva como ovário único, cirurgia ovariana prévia, exposição a agentes quimioterápicos e radioterápicos, má resposta à estimulação ovariana exógena com gonadotrofinas e nos casos de infertilidade sem causa aparente. Essa avaliação trará informações da probabilidade de gravidez em procedimentos de Reprodução Assistida, auxiliando na indicação da terapêutica mais adequada. Mulheres com baixa reserva ovariana têm resposta ovulatória ruim à indução, requerem altas doses de gonadotrofinas, apresentam altas taxas de cancelamento e baixo percentual de gravidez.
Os fatores de risco para a perda precoce da reserva ovariana incluem: tabagismo, história familiar de falência ovariana prematura e presença de patologias ou cirurgias ovarianas.
O aumento das dosagens de FSH, hormônio folículo-estimulante, produzido pela hipófise, é uma alteração frequentemente observada nas mulheres com diminuição da reserva ovariana. O critério mais comum para esse exame ser considerado normal é quando ele está abaixo de 10 mUI/ml. O estradiol, outro hormônio que é produzido pelos ovários, pode estar elevado na fase inicial do ciclo menstrual devido a alterações nas células ovarianas, sendo usado para aconselhamento dos casais que desejam tratamento de reprodução assistida e não como prognóstico de reserva ovariana. O hormônio anti-mulleriano é o mais confiável em predizer a reserva ovariana. Os valores desse hormônio se mantem praticamente inalterados durante todo o ciclo menstrual, o que facilita sua realização e interpretação.
A contagem de folículos antrais (todos os folículos presentes nos ovários no início da fase folicular) através de ultrassonografia transvaginal, é um bom preditor da reserva ovariana e da resposta dos ovários a indução em ciclos de Fertilização in Vitro. Mulheres com a contagem de folículos antrais maior que 10 apresentam melhores chances de boa resposta a indução e com taxas de gravidez mais altas.