Ovodoação
A nova realidade das mulheres no mercado de trabalho e da necessidade da participação na renda familiar retardou a maternidade e aumentou a procura por programas de ovodoação em decorrência da diminuição da fertilidade pela idade e diminuição da reserva ovariana.
A recepção de óvulos está indicada nos casos de falência ovariana precoce, hipogonadismo hipergonadotrófico, menopausa cirúrgica, fatores genéticos como a Síndrome de Turner, e também nos casos de idade avançada, pobre resposta ovariana, endometriose avançada, abortos de repetição de causa desconhecida e falhas sucessivas em ciclos prévios de fertilização in vitro.
O casal candidato á recepção de óvulos passa por consulta médica em que são avaliados antecedentes pessoais e familiares, orientados sobre o funcionamento do programa, anonimato, taxas de sucesso e efeitos colaterais do tratamento. É muito importante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido contendo todas as informações sobre os detalhes do programa.
As doadoras comumente são mulheres que estão em tratamento de fertilização in vitro aceitam doar alguns óvulos. Para que sejam utilizados esses óvulos, a doadora precisa ter entre 18 e 35 anos, não ter nenhuma doença sistêmica com prejuízos conhecidos para a fertilidade ou que contraindiquem a estimulação ovariana, ovário único, uso de drogas, antecedentes de doença hereditária ou cromossomopatia ou alteração em algum exame laboratorial. As sorologias da doadora, bem como a do seu marido precisam estar com menos de 6 meses e serem todas negativas. As doadoras assinam o termo de consentimento livre esclarecido, no qual aceitam doar seus óvulos sem fins lucrativos, reconhecendo a obrigatoriedade do anonimato, garantem a veracidade das informações prestadas sobre seus antecedentes e consentem com a necessidade de retorno ao serviço para novas sorologias.
O estímulo ovariano da doadora será o mesmo do tratamento e não terá modificação nas doses e escolhas dos protocolos de indução. As receptoras farão a preparação endometrial com uso de estrogênio e estarão aptas a receber os embriões de acordo com a espessura do endométrio.
O pareamento entre a doadora e a receptora se faz baseado nas características étnicas como raça, cor e tipo do cabelo, cor dos olhos, tipo físico e na compatibilidade das tipagens sanguíneas.
A doação compartilhada é permitida e consiste no casal receptor custear o tratamento da doadora em troca de parte dos óvulos produzidos por ela. Desta forma os casais com dificuldade financeira de custear o próprio tratamento poderão fazê-lo mediante a doação, sempre mantendo o anonimato. Nesse caso existe um beneficiamento econômico, mas não há diretamente o lucro, sendo assim permitido por lei.
As taxas de sucesso são equivalentes as obtidas nos tratamentos com embriões criopreservados, e estão sujeitos aos mesmos fatores que contribuem para a diminuição das gravidezes.