Indução Laparoscópica da Ovulação
A cirurgia laparoscópica ovariana é uma alternativa terapêutica á indução da ovulação com medicações injetáveis para as mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos, que são resistentes ao Citrato de Clomifeno. É considerada uma cirurgia simples e que apresenta os mesmos riscos da videolaparoscopia, associado a um aumento discreto da ocorrência de aderências e de destruição do parênquima ovariano.
Essa técnica foi descrita em 1984, baseada na cirurgia clássica de ressecção em cunha dos ovários. São várias técnicas descritas na literatura, divergindo principalmente na quantidade de pontos de cauterização na superfície ovariana.
O mecanismo de ação desse procedimento não é bem compreendido, acredita-se que a destruição do tecido ovariano produtor de estrogênio e androgênio, associado a conversão dos androgênios em hormônios femininos, melhores a característica ovulatória. A redução do volume ovariano pelas cauterizações aumenta sua sensibilidade ás gonadotrofinas, melhorando também a ovulação estimulada por medicações injetáveis.
As indicações da indução da ovulação laparoscópica são bem definidas, seguindo critérios estabelecidos na literatura, para que ocorra um aumento nas chances de ovular com boa qualidade e de engravidar. As indicações são quadro de Síndrome dos Ovários Policísticos clássico, com aumento na relação LH/FSH, hiperandrogenismo, obesidade e resistência a insulina; falha na terapêutica com citrato de clomifeno; prolactina normal ou previamente tratada; cavidade uterina e trompas normais; espermograma normal; endométrio normal.
As principais complicações dessa técnica são as aderências e a insuficiência ovariana prematura causada pela atrofia dos ovários pós cauterização dos mesmos.
A abordagem individual deve ser feita antes de indicar esse tipo de tratamento, pois se ele for bem indicado, se tornará mais uma alternativa para essas mulheres alcançar a gravidez.