A hiperplasia endometrial representa uma proliferação anormal das glândulas do endométrio, com um acometimento difuso ou focal, e com possibilidade de evoluir para neoplasia maligna. A causa dessa patologia é o estímulo estrogênico persistente ou na ausência de ação progestogênica. Essa situação ocorre nas mulheres com anovulação crônica, nas obesas, doenças hepáticas e nos tumores ovarianos produtores de estrogênio.

A hiperplasia endometrial pode ser classificada em duas categorias, com ou sem atipias citológicas. A presença dessas alterações celulares aumentam o risco para o desenvolvimento de câncer de endométrio.

A ocorrência da hiperplasia endometrial varia bastante na literatura, de 1 a 24% das mulheres, com maior frequência nas obesas e sem ovulação.

O principal sintoma é o sangramento uterino anormal devido ou crescimento aumentado do endométrio. Outros sintomas como dor abdominal com cólicas e aumento discreto do útero podem estar presentes.

O diagnóstico da hiperplasia endometrial é histopatológico, ou seja, precisa de biópsia para sua confirmação e classificação. Existem várias técnicas para a retirada do material uterino como curetagem, escovado ou lavagem endometrial e histeroscopia. O ultrassom transvaginal deve ser o primeiro exame, pois ele consegue avaliar a espessura do endométrio e com isso, direcionar a investigação mais apropriada.

A histeroscopia diagnóstica é um procedimento endoscópico que permite a visualização da cavidade uterina e endometrial, e com isso, define a causa das alterações e direciona seu tratamento. O diagnóstico histeroscópico não substitui o histopatológico, ou seja, mesmo com a histeroscopia precisa da biópsia para confirmar a patologia.

O tratamento é indicado dependendo da característica da hiperplasia. Se for simples, com risco baixo para câncer, utiliza-se de progesterona por via oral, injetável ou no DIU. Se houver uma recidiva nesses casos, a ablação endometrial é uma boa solução. Quando o risco de neoplasia maligna for alto, opta-se pela retirada do útero.