O uso da Melatonina na Reprodução Assistida

Os tratamentos para a infertilidade conjugal tem apresentado um grande avanço durante os últimos anos, principalmente relacionados as melhoras tecnológicas e medicamentosas. Essa nova situação estimulou mais pesquisas com o objetivo de aumentar as taxas de gravidez. Uma dessas linhas de pesquisa demonstrou que a ação dos radicais livres, o stress oxidativo, tem um papel significativo na piora das possibilidades de gravidez , tanto para as espontâneas como para as obtidas por Reprodução Assistida.

O stress oxidativo age de várias maneiras durante o processo ovulatório, tendo sua maior manifestação após o a ocorrência do pico de LH, hormônio que induz a ovulação. O aumento dos radicais livres dentro do folículo, embora seja fisiológico, pode modificar o óvulo, diminuindo a sua qualidade e com isso diminuir as chances de formação de embrião, e por tanto, da gravidez.

Muitas situações da vida cotidiana podem aumentar os radicais livres no organismo humano, e também dentro dos folículos pré ovulatórios como os processos infecciosos, as reações inflamatórias muito intensas, a realização de tratamentos oncológicos como quimioterapia e radioterapia e a superovulação utilizada nos tratamentos de Reprodução Assistida.

O uso das vitaminas, principalmente a vitamina C e a vitamina E podem diminuir esse efeito indesejado. Estudos recentes demonstraram que a melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal, apresenta um efeito contra os radicais livres bem intenso. A melatonina age em vários locais do organismo humano, com ação direta no sistema cardiovascular, neuroendócrino, metabolismo lipídico, ritmo circadiano e no sistema reprodutivo, principalmente na ovulação.

A ação da melatonina na ovulação está relacionada a diminuição dos radicais livres dentro dos folículo, melhorando a qualidade dos óvulos; na função do corpo lúteo, melhorando a produção hormonal após a ovulação e agindo também durante a gravidez e no puerpério.

A administração da melatonina durante a indução da ovulação nos tratamentos de Reprodução Assistida tem sido estudada recentemente, e com resultados demonstrando o seu efeito benéfico para aqueles casos de comprometimento da qualidade dos óvulos. Essa pode ser mais uma alternativa para aumentarmos as taxas de gravidez nesse grupo de mulheres.