Avaliação do Fator Ovulatório

As disfunções ovulatórias representam cerca de 20% das causas de infertilidade e 30 a 40% das causas de infertilidade feminina. A avaliação da função ovulatória faz parte da etapa diagnóstica inicial de todo casal infértil.

A história menstrual da paciente pode direcionar a investigação inicial. Mulheres que apresentam ciclos menstruais irregulares, que ficam longos períodos sem menstruação, precisam realizar dosagens hormonais mais frequentes e mais completas. As dosagens hormonais realizadas incluem avaliações da ovulação, da tireoide e prolactina. Para aquelas que apresentam ciclos irregulares, acrescenta-se a avaliação dos hormônios masculinos.

Os hormônios femininos dosados são o hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio luteinizante(LH), estradiol, progesterona e a prolactina. Esses hormônios indicarão o status ovulatório da mulher. Através deles define-se a necessidade de novos exames e programa-se a indução da ovulação.

A avaliação da tireoide é fundamental no processo de investigação ovulatória. Os hormônios tireoidianos interferem na ovulação, promovendo ciclos irregulares e ausência da mesma. Os problemas de tireoide são muito frequentes nas mulheres, principalmente em idade reprodutiva. O seu diagnóstico é importante para engravidar e o seu controle torna-se fun damental para a boa evolução da gestação e bem estar do recém-nascido. Toda vez que a disfunção da tireoide é diagnosticada, será preciso uma avaliação com endocrinologista antes do tratamento para engravidar ser iniciado.

A prolactina é um hormônio produzido pela hipófise e é responsável pela produção de leite. Se esse hormônio estiver com doses mais elevadas que o normal, bloqueará a ovulação. Nesse caso é comum a mulher reclamar de produção de leite e de desconforto nas mamas. O tratamento da hiperprolactinemia, produção de prolactina aumentada, é importante para facilitar a ovulação, diminuir o incômodo para a paciente e prevenir outras alterações futuras com a hipófise.

Quando a mulher apresenta irregularidade na menstruação, além das avaliações hormonais comentadas, é preciso dosar os hormônios masculinos. A mulher com a Síndrome dos Ovários Policísticos tem níveis elevados dos hormônios masculinos; é caracterizada pela irregularidade na menstruação, com ciclos menstruais longos, aumento de peso, manchas na pele e outras manifestações relacionadas com os hormônios masculinos: acne, oleosidade da pele e aumento de pelos principalmente na face. Essa doença precisa de tratamento diferenciado e o acompanhamento precisará ser feito mesmo após a gravidez, pois existem riscos de outros problemas ginecológicos no futuro.

A dosagem do hormônio folículo-estimulante pode indicar outro problema ovulatório: a proximidade da menopausa. Quando esse hormônio se apresenta elevado, maior será a dificuldade para ovular. Neste caso, é essencial a dosagem do Hormônio Antimülleriano. A reserva ovariana diminuída dificulta a ovulação, se tornando uma das causas da infertilidade e indicando a necessidade de tratamento o mais breve possível.